sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Igreja com Política


Por Carlos Chagas

Certa vez li a seguinte frase: “Deus fez as pessoas; o diabo as junta”. Pensando na frase o mínimo que se pode entender é que talvez tal compreensão se dê pela desorganização que os seres humanos têm e compartilham entre si causando desconforto ao seu próximo. Mas foi pensando nesta desorganização é que nasceu a política, que é a imposição de regras à negociatas públicas trazendo maior habilidade no trato das relações humanas com vista à obtenção dos resultados desejados. Logo, política é buscar organização. 

Quanto a ser igreja? Sabemos que igreja é um ajuntamento de pessoas (mas que não compartilham da ideia da frase acima) as quais buscam um denominador comum. E como toda organização esta também possui sua política, conjunto de regras que a define melhor e a mantém organizada evitando qualquer corrupção. Esse conjunto de regras políticas possui diversas divisões com nomes tipo: Base de Fé, Teologia, Regimento Interno, etc. Todos, de forma interligada, traz um sentido e ordem, fazendo com que o grupo seja político, seja organizado, seja racional, seja, enfim, relacional, tanto entre homens como com Deus.

Ora, então se igreja é a tentativa de organização do mundo e política também a tentativa de organização do mundo pode-se dizer que igreja e política são em suma a mesma coisa? A resposta é não e saiba por que. A igreja busca um objetivo, que é Cristo e sua mensagem. A política, tal como conhecemos, busca um povo assistido com bases para a não-corrupção do mesmo.Ou seja, um procura um Ser para todos, outro procura todos para controle entre si. Um é organismo, outro é organização.

Afinal, aonde se quer chegar aqui? Eis o ponto: Durante todos estes dias temos visto evangélicos e católicos (cristãos em geral) defendendo, atacando, provando, caluniando dizendo e gritando tudo sobre política. Uns mais informados outros nem tanto. Todavia todos falando sobre as eleições do fim de semana. Entretanto, é lendo e tendo contato com tais investidas é que vemos ambas as instituições falharem em seus objetivos: Vemos os da igreja perdendo os objetivos da igreja por adotarem política demais e os da política deixarem seus ânimos se exaltarem e não praticarem a política (organização). São ataques em dois pesos e duas medidas, onde se ataca o inimigo com um critério que poderia ser o mesmo que me derrubaria; informações desencontradas que mais parecem golpes às cegas onde se calunia com ar de verdade, típico da imprensa brasileira, esta que é comprada por qualquer valor monetário, a busca por um herói ou heroína que conserte o Brasil de uma vez por todas, ideal este que chega a ser acreditado de fato por muitos esquecendo-se estes que tal crença morrerá semana que vem quando for percebido que tal sonho nasceu em outras eleições com outros candidatos.

Sonhar é bom e ser organizado também. E se você é igreja, tente ser politicamente correto, da mesma forma que se quer ser político tento sê-lo de forma neutra, sem histeria ou desonestidade, seja ela moral, intelectual, partidária ou qualquer outro. Lembre-se da história cristã no poder: Imperadores que criaram um Estado corrupto disfarçado de Igreja, de Papas que matavam por Deus, e, para não deixar o Brasil de fora, a CPI das sanguessugas, que possuía em sua integração mais de 50% da bancada de representantes evangélicos. Igreja deve ter política, deve ter organização, para que o povo não se corrompa. Pensando em Brasil, política é para este país, para que este seja beneficiado e não seu escolhido político. Não traia seu país como você está traindo Jesus Cristo, tirando sua Glória e poder, transferindo para um que, com mínimas, palavras, lhe promete algo que conquista sua confiança mais que o Salvador que lhe tirou do poço de Satã. Política se faz com honestidade, com ordem, decência e progresso, e não como se tem feito nestes últimos dias, onde todos falam e ninguém ouve ninguém. Aliás, muitos repetem o que nossos líderes têm feito: Ouvem, mas não escutam! Fingem se importar, todavia caminham os mesmos passos.

Agora é hora de ser igreja: Estude, escolha e vote. Depois ore para que o eleito seja fiel ao povo, não de forma partidária, mas de forma democrática, assim como manda nossa Constituição. Seja igreja, seja político. Seja uma igreja com política.

Uma homenagem ao meu amigo e considerado mais que irmão Amiel Abner que não só hoje mas sempre que possível me leva a refletir coisas além do meu intelecto. Obrigado por ser precioso! Abração. A Cristo Sua Glória.

Em resposta ao texto "Política x Igreja" de Amiel Abner.

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