terça-feira, 9 de junho de 2015

Comum busca da verdade

Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.


Analisando mais a fundo as religiões percebe-se uma busca pela verdade de forma um tanto quanto isolada. Mas a exemplo do Maoismo, que buscou do Confucionismo a ideia de educação humana com o objetivo de aperfeiçoamento, não seria também eficaz, para as demais religiões que entre elas houvesse troca de informações e valores sem perder suas singularidades? Se o cristianismo praticasse tal coisa sua visão sobre a Trindade não seria tão antropomórfica como a visão trans pessoal das religiões asiáticas. Baseando-se na fé chinesa a fé cristã seria menos humanista e mais concreta e, ao se inspirar no islamismo seu racismo seria mais controlado e seu respeito pelos povos antigos mais notório.

O cristianismo, que nasceu no oriente, é por demais ocidental e na sua busca de transformação alheia mais latiniza, americaniza, ocidentaliza e cristianiza que evangeliza. Nessa busca de envolvimento com os valores religiosos externos o cristianismo poderia levar às demais religiões não só o exemplo mas o fator Cristo para as mesmas, já que a prática de Cristo não se vê em outras religiões. Algo a se pensar para o futuro seria um cristianismo singular mas envolvente, ecumênico mas não passivo, que testemunhe sua fé em palavra e ação, com missão tolerante e, ao mesmo tempo, disposta à revisão do próprio ponto de vista quando necessário.

O cristianismo, em sua busca da verdade, deveria ser aberto à sensibilidade. Deixando os dogmas à parte deveria encontrar explicações para onde estes não alcançam. A filiação de Jesus a Deus Pai deveria ser menos maciça em termos helenísticos a fim de conquistar os muçulmanos, na concepção do pecado original de Agostinho deveria existir um contraponto a ser levado em consideração para que o diálogo com um confucionista seja mais plausível, já que este acredita na bondade do homem, e assim por diante.

Sabe-se que muitos problemas na evangelização de povos orientais se encontram na concepção teológica cristã. E por causa disso, cabe a tão comente o cristianismo quebrar tal barreira, sabendo que um teólogo cristão, para conseguir tal façanha, deixará de lado sua busca perfeita de compreensão sistemática da fé para uma abertura ao campo de Ciência das Religiões, já que praticar ambos é algo por demais pesado e difícil. Talvez assim, certas concepções tendenciosas do cristianismo seriam modificadas e, com isso, uma maior abertura no alcance da evangelização seria mais eficaz, sem com isso perder sua singularidade de fé.

Perceber-se-ia então que a verdade pode ir mais além do que já foi. A abertura ao diálogo seria algo que traria de volta a singeleza da religião, que convenceu a tantos em seus primeiros passos e que é cobrada nos dias atuais, já que religião não é algo teórico ou algum tipo de monumento histórico que pode ser estudado e avaliado por sábio, mas é a atitude viva de fé sempre vivida no fluir da história por homens de carne e osso. Logo, não é uma interpretação que fica para a história passada, mas que interpreta a forma de se viver de hoje em diante.

Deve-se tratar das verdades, sejam estas cristãs ou não, afinal, todos estão em busca destas verdades, e somente assim o cristianismo poderá dizer que é uma religião universal. E, falando de cristianismo e colocando-o como uma religião inegável e, por conseguinte, dizendo que ela é catalisadora das demais, tendo até agora, mostrado que ela é melhor que os humanismos já falados aqui e que as religiões mundiais têm a aprender desta, o que afinal é ser cristão? O que o define? Veremos adiante.


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